sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Vamos parar para pensar um pouco!!!

É até difícil de acreditar que chego ao meu 3º post com absoluta falta de idéias do que escrever.

Argumentar que passo por uma crise de criatividade soa tão patético quanto uma cena do filme de Woody Allen chamado no Brasil de "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa", onde o personagem principal (o próprio Woody Allen, of course) explica estar passando por problemas de ansiedade desde que parou de fumar. Ao ser indagado a quanto tempo largou o vício, ele responde: A 20 (vinte) anos.

Esta é uma película que fortemente recomendo. Lançada em 1977, faturou o Oscar de melhor filme, desbancando Star Wars (e com justiça!).

Aliás, vocês já pararam para pensar no significado da palavra "patético"? O fantasma do senso comum planta em nós a idéia de algo ridículo, trouxa, idiota, retardado, etc...

Entrentanto, se formos pesquisar um significado mais culto e arcaico para essa palavra, descobriremos que "patético" é aquilo que tem capacidade de provocar comoção emocional, produzindo um sentimento de piedade, compassiva ou sobranceira, tristeza, terror ou tragédia. Fonte: Dicionário inFormal.

Para entender melhor o significado, basta escutar a Sinfonia Patética de Tchaikovsky ou a Sonata Patética para Piano de Ludwig van Beethoven. Obras com forte apelo melancólico-emocional... muito mais do que qualquer porcariazinha de música gótica pseudo-depressiva.

Ademais, vocês também já pararam para pensar que a expressão idiomática "parar para pensar" não faz o menor sentido? Isso só deve fazer sentido para pessoas que não conseguem mascar chicletes e bater palmas simultaneamente, ou que o aprendizado de se locomover de maneira bípede deve ter sido uma enorme conquista a título de coordenação motora.

Eu juro que nunca precisei interromper o meu andar para desenvolver alguma espécie de atividade cognitiva.

Talvez no ponto culminante de uma noite ébria já tenha ocorrido o cenário antônimo, ou seja, o meu caminhar tenha interrompido alguma atividade cognitiva (e não a atividade cognitiva ter interrompido o meu andar), mas geralmente nestes momentos eu não "paro para pensar" (no sentido logicamente absurdo de que o ato de cessar o movimento propiciaria maior concentração para reflexões mais aprofundadas sobre a vida).

Uma coisa engraçada desta reflexão do "parar para pensar" (ou seja, eu "parei para pensar" sobre o ato de "parar para pensar"), é que enquanto eu estava empacado no parágrafo anterior, provocando um genocídio nos neurônios insones que habitam a mente deste que vos escreve, um amigo chamado Luigi Pantaleone (um talentoso baixista, diga-se de passagem), me informa via Twitter que o ato de caminhar melhora a oxigenação do cérebro, o que torna a expressão idiomática ainda mais sem sentido.

E, retomando a definição culta da palavra "patético", houve um interlúdio de 43 minutos entre a redação dos dois últimos parágrafos.





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